O Projeto de Identidade Afro-brasileira na escola

De acordo com nossa vivência, pudemos perceber a supervalorização da cultura euroéia em detrimento dos elementos genuinamente formadores da nossa cultura, com a participação do nativo brasileiro (conhecido popularmente por índio), do europeu e, principalmente, do negro, por parte de nossos alunos. Na escola, os apelidos se repetiam e a visão de tudo que fosse pertinente ao negro era "feio", predominava. Assim, resolvemos trabalhar, em forma de Pedagogia de Projetos, e de acordo com a Lei n0. 10.639/03, que traz a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro na sala de aula, o Projeto de Identidade Afro-brasileira, objetivando uma maior consciência dos alunos da Escola municipal João Fernandes Vieira quanto às questões raciais.
Iniciativa, concepção e organização: Profa. Ms. Lucia Valle. Colaboração : Profa. Tailliny Burgo

domingo, 19 de outubro de 2014

Mitos africanos

         Acho que podemos entrar em consenso sobre uma coisa: Em um geral, sabemos pouco sobre a mitologia africana. Conhecemos Zeus e Deus muito bem, Thor e Loki estão aí se digladiando em batalhas de milhões de dólares... Mas, se formos parar pra ver, poucos de nós conhecem bem os orixás de religiões como Umbanda e Candomblé. Uma Iemanjá ali, um Xangô aqui, Salve, Jorge! ao fundo — Jorge esse que não deixa de ser Ogum —...
        A verdade é que a integração das religiões afro na sociedade é pouco difundida, então mesmo sabendo alguns nomes por aí, é difícil quem saiba dar forma a esses deuses. E eu me incluo aí, infelizmente conheço muito pouco dessa cultura. [Fonte: AQUI]
         Cada deus africano tem sua história, seu mito não contado. Foi mais ou menos nesse pensamento que os professores Neli e Helton trabalharam os mitos dos deuses africanos em sua sala de aula. Vamos ver? 








Máscaras africanas II

Para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las na cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, casamentos e nascimentos.
As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana. Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo em expressões da vontade criadora do africano.
Foram os objetos que mais impressionaram os povos europeus desde as primeiras exposições em museus do Velho Mundo, através de milhares de peças saqueadas do patrimônio cultural da África, embora sem reconhecimento de seu significado simbólico.
A máscara transforma o corpo do bailarino que conserva sua individualidade e, servindo-se dele como se fosse um suporte vivo e animado, encarna a outro ser; gênio, animal mítico que é representando assim momentaneamente. Uma máscara é um ser que protege quem a carrega. Está destinada a captar a força vital que escapa de um ser humano ou de um animal, no momento de sua morte. A energia captada na máscara é controlada e posteriormente redistribuída em benefício da coletividade. Como exemplos dessas máscaras destacamos as Epa e as Gueledeé ou Gelede.
 

A professora Neli e o professor Helton trabalharam as máscaras africanas e seu significado em sala de aula, envolvendo os meninos mais uma vez em seu trabalho maravilhoso. Vejamos:












 

Dança africana

             Todos os acontecimentos da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é a parte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses uma colheita farta. As danças africanas variam muito de região para região, mais a maioria delas tem certas características em comum. Os participantes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam a sós ou em par. As danças chegam a apresentar algumas vezes até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar o corpo com tinta para tornar seus movimentos mais expressivos. As danças em Marrocos usam normalmente uma repetição e um constante crescimento da música e de movimentos, criando um efeito hipnótico no dançarino e no espectador. Entre elas destacam-se a Ahouach, Guedra, Gnawa e Schikatt. [Fonte: Danças Africanas]
        Assim, os professores Helton e Neli trabalharam a construção da identidade negra através da música e da confecção de instrumentos afro. Depois, dançaram com os meninos que amaram a atividade!
           Vamos ver?



Menina Bonita do Laço de Fita II

Na vivência do projeto de identidade afro, as professoras Luciana e Anessa fizeram a contação de história do livrinho Menina Bonita do Laço de Fita, e fizeram uma produção coletiva com seus alunos, que se mostraram bastante envolvidos, olha só:

















Maquete de Um Navio Negreiro


             Através de técnicas de contação de histórias e artes, a professora do Mais Educação Pollyana Ferreira tentou passar a história de como surgimos enquanto descendentes de negros, brancos e índios. E estimulou o empoderamento dessa história, explicando a origem do racismo, tanto social, quanto internalizado dentro de cada um.
             O grande feito dessa construção de atividades propostas pela professora foi trazer a história do ponto de vista do negro, não mais contada pelos brancos, como tem sido desde sempre. Assim, os meninos podem vivenciar a construção de uma identidade, questionando o porquê de determinadas facetas de nossa história terem sido abrandadas ou suprimidas.

Vejamos as fotos da atividades: