O Projeto de Identidade Afro-brasileira na escola

De acordo com nossa vivência, pudemos perceber a supervalorização da cultura euroéia em detrimento dos elementos genuinamente formadores da nossa cultura, com a participação do nativo brasileiro (conhecido popularmente por índio), do europeu e, principalmente, do negro, por parte de nossos alunos. Na escola, os apelidos se repetiam e a visão de tudo que fosse pertinente ao negro era "feio", predominava. Assim, resolvemos trabalhar, em forma de Pedagogia de Projetos, e de acordo com a Lei n0. 10.639/03, que traz a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro na sala de aula, o Projeto de Identidade Afro-brasileira, objetivando uma maior consciência dos alunos da Escola municipal João Fernandes Vieira quanto às questões raciais.
Iniciativa, concepção e organização: Profa. Ms. Lucia Valle. Colaboração : Profa. Tailliny Burgo

sábado, 27 de setembro de 2014

Visita à Casa da Cultura

          Vivenciando a construção da identidade afro-brasileira, fomos à casa da Cultura, no centro do Recife, com os alunos da escola que também participam do Mais Educação. O professor Sidnei, de Capoeira, também abraçou o trabalho com o projeto de Identidade Afro-brasileira em suas aulas, e foi um excelente orientador quanto aos componentes culturais africanos presentes na própria identidade do brasileiro. Lá, tivemos também uma discussão sobre a questão do elemento negro nas prisões (a Casa da Cultura já foi um presídio), e os capoeiristas que eram presos por praticar sua arte marcial. 
          Lá, o professor Sidnei fez uma "Puxada de Rede". A Puxada de rede surgiu após o período da escravidão, quando os negros não acharam oportunidades de trabalho e procuram seu sustento no mar. E assim uma parte destes negros se deslocam para as entranhas dos mangues. Nos meses decorrentes entre outubro e abril, esses peixes procuravam as águas quentes do litoral nordestino afim de procriarem. Então era a época certa para lançarem a rede ao mar. A puxada da rede era acompanhada de cânticos na maioria em ritmo triste que representavam a dificuldade da vida daqueles que tiram o seu sustento do mar.
          Além dos cânticos, os atabaques e as batidas sincronizadas dos pés davam o ritmo para que os homens não desanimassem e continuassem a puxar a enorme rede, o que dava um ar de ritual e beleza àquela atividade. Quando enfim terminavam de puxar a rede, eram entoados cânticos em agradecimento à pescaria e o peixe era partilhado entre os pescadores e começava o festejo em comemoração. Vejamos a Puxada de Rede na Casa da Cultura, feita por nossos alunos:





           O MACULELÊ

           Os meninos também fizeram uma apresentação de Maculelê, que remete à luta dos escravos com facões (aqui representados por bastões) contra seus feitores. Vamos ver!






          Agora, as fotos de nosso passeio:

















 Pois é, pessoal! Aguardem mais postagens!
          
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